Aliados cochilam e cai punição a grevistas
17/12/2008
Oposição insere emenda em projeto do Executivo e garante devolução de salário descontado

Em uma manobra que uniu oposição e parte da base aliada, o Piratini sofreu nova derrota na Assembléia Legislativa. Valendo-se de uma brecha em uma proposta do Executivo, o parlamento aprovou ontem a devolução de valores descontados dos salários de servidores grevistas.
A medida beneficiará principalmente o magistério, que fez greve de 15 dias em novembro e teve os dias de paralisação descontados dos salários por força de um decreto da governadora Yeda Crusius que prevê o corte do ponto.
Líderes do Cpers-Sindicato, deputados oposicionistas e aliados costuravam havia duas semanas uma medida para anular o efeito do decreto. A estratégia empregada foi alterar um projeto governista que já previa o abono de faltas de professores e servidores de escola – mas apenas em dois dias de paralisação anteriores ao decreto. Percebendo o risco, o governo ainda tentou retirar a proposta, mas não conseguiu o número de votos necessários para deter a oposição.
Apenas os quatro deputados do PSDB presentes e o líder do governo, Pedro Westphalen (PP), votaram contra as quatro emendas que garantiram a devolução da efetividade para servidores de saúde, segurança pública e educação que fizeram paralisações ao longo do ano. O projeto com todas as mudanças foi aprovado por 41 a zero.
O chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, adiantou que Yeda vetará todas as emendas da Assembléia. Mesmo que os tucanos tenham ficado isolados, ele não concorda que o governo tenha saído do plenário derrotado e acredita na manutenção do veto de Yeda pelo parlamento. Ao comentar o comportamento dos aliados, Wenzel foi sucinto:
– Vamos analisar detalhadamente as votações.
(Fonte: Zero Hora)
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