Para driblar a crise
31/01/2009
Se os empresários gaúchos esperam redução do ICMS, ampliação das liberações de créditos de exportação ou ampliação do prazo para recolhimento de impostos a título de ajuda para enfrentar a crise econômica, podem desistir. O comitê de acompanhamento da crise criado pela governadora Yeda Crusius está fechado com outra lógica: a de que a melhor forma de o governo ajudar é acelerar os investimentos em obras públicas.
O governo vai dar preferência aos investimentos com maior potencial de geração de empregos, até para absorver a mão-de-obra que ficará desempregada com as demissões inevitáveis no setor privado. A avaliação do grupo comandado por Yeda é de que se o governo estadual não tem instrumentos para impedir as empresas de demitirem deve se concentrar em promover a criação de vagas em outras áreas. Nesse contexto, até a abertura de editais para concursos, como o de seleção de 3 mil brigadianos, é considerada uma forma de o setor público ajudar os trabalhadores a enfrentarem a crise.
Não está nos planos do governo adotar medidas que impliquem ampliação da renúncia fiscal, já que a receita deve cair automaticamente por conta de três fatores: a redução da atividade econômica, os cortes anunciados pelo governo federal no IPI e no Imposto de Renda, que impactam nas transferências para Estados e municípios, e a entrada em vigor da segunda etapa do Simples Gaúcho. O Simples significará, neste ano, renúncia de R$ 210 milhões, beneficiando 95% das micro e pequenas empresas.
O secretário da Fazenda, Ricardo Englert, diz estar relativamente tranquilo:
– O pior dos mundos seria se essa crise chegasse no momento em que estávamos com salários e fornecedores atrasados. Com o ajuste fiscal, o Estado tem dinheiro para investir e isso deve reduzir em parte os efeitos dos cortes de vagas no Estado.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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