É urgente se preparar para os efeitos da crise, por Luiz Fernando Záchia*
02/02/2009
O Rio Grande do Sul é especialmente sensível às oscilações que a atual crise econômica apresenta desde meados de 2008. Somos um Estado exportador de commodities agrícolas, que vêm apresentando reduções drásticas em seus preços internacionais. A maior produção de máquinas e implementos agrícolas da América Latina está aqui no Rio Grande, empregando milhares de gaúchos em diversas regiões. Desde a Região Metropolitana, passando pela Serra e chegando à Grande Santa Rosa. O polo metalmecânico da serra gaúcha e a indústria de alimentos mostram a capacidade produtiva gaúcha para o Brasil e o mundo. Recentemente, a metade sul do Estado apresenta-se como importante participante do mercado mundial de equipamentos para a indústria petroleira.
Com tamanha complexidade da economia, é urgente a preocupação de que o governo do Estado monitore de perto os efeitos da crise econômica no Rio Grande do Sul. Já presenciamos demissões em empresas metalmecânicas, calçadistas e de vestuário. Há um temor, justificado, de que a crise possa ter efeitos mais negativos na economia gaúcha. Para que esses efeitos sejam avaliados, é fundamental que o grupo de trabalho instituído pelo governo do Estado realmente transite entre as lideranças dos diversos setores da economia.
Quais são as ações mais efetivas para diminuir os efeitos da crise aqui no Rio Grande do Sul? O que fazer para preservar os empregos dos gaúchos? Como promover o desenvolvimento sem comprometer o equilíbrio fiscal em um cenário adverso? São questões que só podem ser respondidas a partir de um diálogo constante entre o governo e as lideranças dos setores produtivos gaúchos. Não há receita pronta. Os exemplos que chegam das economias mais poderosas do mundo mostram que não há fórmulas acabadas. A certeza é de que o entendimento ainda é a melhor alternativa para acompanhar os efeitos da crise.
Outros Estados brasileiros já montaram grupos para definir estratégias para combater os resultados da contração econômica mundial. Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais saíram na frente, montando grupos de trabalho com representantes de governo e sociedade. Ações como redução de taxas de juros das agências estaduais de fomento, diminuição de alíquotas de impostos e encaminhamento mais rápido dos pleitos dos setores produtivos são algumas atitudes que já vêm sendo tomadas por aqueles governos.
Que esta preocupação não fique apenas em encontros de gabinete. Mas que, efetivamente, discutam-se e proponham-se ações para que nossa economia, que apresentou ótimos índices de crescimento nos últimos anos, continue forte.
*Deputado estadual (PMDB)
(Fonte: Zero Hora)
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