Esquerda e direita
03/03/2009
Como as medidas anunciadas ontem pela governadora Yeda Crusius já eram conhecidas por meio de informações de seus secretários, o fato mais relevante do seu monólogo no Palácio Piratini foi a manifestação sobre as denúncias do PSOL a primeira em duas semanas. Yeda não deu a entrevista programada, mas usou um terço do tempo para falar do que chamou de tema requentado das denúncias de corrupção.
Referindo-se às acusações, que chamou de “desrespeitosas e agressivas”, perguntou:
– Por que de novo, se o Ministério Público provou que foi idôneo (compra de sua casa)? Será que o Rio Grande do Sul tem cultura e tradição golpista? Minha indignação é total. A quem interessa este requentado?
Depois, disse que é vítima de uma “extrema direita golpista” e de uma “esquerda pseudorrevolucionária”. Se alguém tinha dúvidas de quem é a “esquerda pseudorrevolucionária” e a “direita golpista”, seus próprios assessores se encarregam de esclarecer: ela se refere ao PSOL e ao vice-governador Paulo Feijó, do DEM (ex-PFL).
Além das conhecidas desavenças entre Feijó e a governadora, o núcleo do governo está convencido de que ele tem participação direta nas denúncias. A “inteligência do Palácio Piratini” apurou que, na véspera da coletiva em que o PSOL apresentou as denúncias de supostas irregularidades na campanha eleitoral de Yeda, o vereador Pedro Ruas teria permanecido até as 2h no Palacinho, no gabinete do vice.
Naquele mesmo dia, Feijó enviou ao Piratini um comunicado anunciando que iria para Punta del Este. Do Uruguai, o vice não quis se manifestar sobre as denúncias.
Pedro Ruas disse que seus encontros com Feijó são públicos, mas que jamais ficou até altas horas da noite ou mesmo fora do horário comercial no Palacinho, como apurou o “serviço de inteligência”.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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