PF investigará suposto crime eleitoral em 2006
04/03/2009
Suspeitas do PSOL motivaram abertura de inquérito federal
Doze dias depois das denúncias do PSOL, o superintendente da Polícia Federal (PF), Ildo Gasparetto, determinou ontem abertura de inquérito para investigar se houve irregularidades na campanha eleitoral da então candidata Yeda Crusius em 2006. A decisão foi anunciada assim que chegou às mãos de Gasparetto um ofício do procurador regional eleitoral, Vitor Hugo Gomes da Cunha.
Na sexta-feira, o procurador havia anunciado que pretendia pedir aos federais uma apuração sobre as provas que a legenda diz existirem sobre arrecadação de caixa 2 na campanha tucana.
Em matéria eleitoral, a PF atua por meio de flagrante ou atende a requisições do Ministério Público e da Justiça. Gasparetto conversou sobre o assunto com Vitor Hugo na tarde de segunda-feira e, assim que o ofício chegou à sede da corporação – por volta das 11h30min de ontem –, determinou a abertura de investigação.
No ofício, o procurador pediu que o órgão entre em contato com os denunciantes para saber se existem provas. Se a resposta for positiva, o material deve ser requisitado para perícia e, em caso de autenticidade, o passo seguinte será a apuração de responsabilidades.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Gasparetto estabeleceu um prazo para o encerramento do inquérito:
– Esperamos que tudo possa ser esclarecido nos próximos 30 dias.
No último dia 19, a deputada federal Luciana Genro, o vereador Pedro Ruas e o presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, apresentaram à imprensa nove episódios que integrariam uma lista de 28 denúncias feitas pelo empresário e lobista Lair Ferst em um processo de delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF). Conforme os integrantes do PSOL, Lair gravou os episódios em áudio e vídeo. É a existência desse material que o Ministério Público Eleitoral quer verificar. Segundo Gasparetto, as denúncias do partido trazem fatos novos dos quais a PF não tinha conhecimento.
Gasparetto apura ligação entre denúncias do PSOL e a Rodin
– Esses fatos serão investigados caso haja comprovação de que essas denúncias estão no processo da Operação Rodin. Se houver, vamos solicitar à Justiça Federal de Santa Maria para que possamos continuar as investigações – disse o superintendente antes de viajar para Brasília, onde acompanhará investigações sobre a morte do ex-representante do Estado na Capital Federal Marcelo Cavalcante.
Embora o procurador Adriano Raldi tenha negado conhecer as gravações, os federais também devem requisitar ao MPF outros documentos e possíveis provas.
– Nós nem sabemos se esse material existe – afirmou o delegado.
Segundo o superintendente, parte do que foi declarado pelos dirigentes do PSOL já é alvo de uma investigação sobre supostos crimes eleitorais aberta em 2008 – após o término da CPI do Detran – a pedido do MP Eleitoral.
(Fonte: Zero Hora)
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